segunda-feira, 2 de abril de 2012

Brasil versus Espanha...Lei da reciprocidade.

O governo brasileiro iniciará oficialmente nesta segunda-feira (2) o programa que vai aplicar o princípio da reciprocidade aos espanhóis que vierem ao país. A regra vai aumentar a restrição à entrada dos visitantes em resposta aos relatos de brasileiros que têm sido barrados na Espanha, principalmente em Madri, por não atenderem todos os pré-requisitos para entrada.


"Situações arbitrárias" afetam "pessoas que têm a documentação em dia", diz ministro

As exigências incluem passaporte válido por seis meses, bilhete aéreo de ida e volta, comprovação de recursos para estadia e hospedagem garantida –exatamente as mesmas obrigações que brasileiros têm de cumprir quando querem entrar na Espanha.

Há anos os dois países trocam acusações de maus tratos a seus turistas. Em 2007, os espanhóis barraram 3.013 brasileiros no aeroporto madrileno, segundo o Itamaraty. No ano seguinte, foram 2.196. Em 2009, houve queda para 1.714 e em 2010, para 1.695. Os números do ano passado ainda não foram concluídos, mas até agosto de 2011 pelo menos 1.005 brasileiros foram rejeitados na principal porta de entrada para a Espanha.

Em entrevista ao jornal “El País”, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que "as situações arbitrárias" realizadas pela Espanha afetam "pessoas que têm a documentação em dia e são levadas a uma sala separada do aeroporto [de Madri] para ser investigadas pela polícia".

"Por exemplo", afirmou, "têm de mostrar que seu cartão de crédito tem um limite, que estão de posse de um seguro-saúde, que têm reserva em hotel e que podem pagar a fatura da hospedagem", alegou. Segundo a Espanha, essas medidas são requisitos de entrada exigidos no espaço Schengen, ao qual pertence a Espanha. O UOL procurou o Itamaraty para comentar o plano que entra em vigor hoje, mas a reportagem não teve retorno.

Fonte.: Uol


domingo, 1 de abril de 2012

Brasileiro prefere outras atividades que leitura de livros...

O brasileiro sabe da importância da leitura para progredir na vida, mas continua considerando a atividade desinteressante. Este é o principal diagnóstico da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada nesta semana pelo Instituto Pró-Livro. Foram entrevistadas mais de cinco mil pessoas em 315 municípios e os resultados apontam que apenas metade delas pode ser considerada leitora. O critério é ter lido pelo menos um livro nos últimos três meses.

Entre os participantes, 64% concordaram totalmente com a afirmação “ler bastante pode fazer uma pessoa vencer na vida e melhorar sua situação econômica”. Mas 30% disseram que não gostam de ler, 37% gostam um pouco e 25% gostam muito. Entre os não leitores, a principal razão para não ter lido nos últimos meses é a “falta de tempo”, apontada por 53% dos entrevistados. No topo da lista aparecem também justificativas como “não gosto de ler” (30%) ou “prefiro outras atividades” (21%).

A professora Vera Aguiar, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), explicou que a falta de hábito de leitura no país é cultural. “Nossa cultura é muito oral. Se a gente pensa na religião, nas festas como o carnaval ou nos esportes como o futebol, percebe que o brasileiro prefere atividades exteriores que envolvam muitas pessoas”, aponta a pesquisadora da Faculdade de Letras da PUC-RS.

Vera defende que mesmo sendo uma questão cultural, é possível mudar o quadro com ações de incentivo à leitura. Ela acredita que nas últimas décadas houve um incremento grande de programas voltados para o estímulo da leitura, mas as iniciativas ainda não tiveram o efeito esperado. “Há várias iniciativas de vários setores da sociedade – governos municipais, estaduais e federal, ONGs [organizações não governamentais], universidades – mas mesmo assim é pouco. Essas ações precisam ser mais articuladas”.

Para Maria Antonieta Cunha, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretora do programa do Livro Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, o brasileiro associa a leitura à obrigação e não ao prazer. Um trecho do estudo que evidencia essa tese são as respostas dos entrevistados à pergunta “qual é o significado da leitura para você”. Mais de 60%, acham que ler uma “fonte de conhecimento para a vida”, “fonte de conhecimento para atualização profissional” (41%) e “fonte de conhecimento para a escola” (35%). Para a professora, os resultados indicam que a maioria das pessoas não associa diretamente a leitura a uma atividade de lazer.
“A questão é que nós não temos a leitura como um valor social. A pessoa não conseguiu descobrir que a leitura trabalha, mais do que tudo, com a transcendência, que é o grande item do ser humano. É aquilo que diz Fernando Pessoa: a literatura é uma confissão de que a vida não basta”, disse Maria Antonieta durante o lançamento da pesquisa.

Fonte.:http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/04/01/pesquisa-aponta-que-brasileiro-reconhece-importancia-da-leitura-mas-prefere-outras-atividades.htm